quinta-feira, 19 de janeiro de 2012


Por que era tão forte o laço que me unia a tia da minha mãe ? Por que toda família do marido dela era tão ligada a ela?
Impossível era não ser cativada pelo sorriso dela, alguém com tantas dificuldades diárias que enfrentou as mesmas durante 17 anos mesmo estando sempre “limitada”, ela não perdia a vontade de viver, mesmo com dores ela tinha paixão pela vida, mesmo tendo que estar sempre acompanhada ela vivia fazendo piadas e trazendo alegria.
Devido ao acidente em 1994, ela ficou sem os movimentos nos membros inferiores, necessitando de cadeiras de rodas para se locomover. Você agüentaria isso durante 17 anos com muita alegria e disposição mesmo tendo dores todos os dias ? Eu não !
Ela sempre me ouvia, dava conselhos, contava piadas, falava sobre as dificuldades enfrentadas, me dizia que tudo que é com luta vale mais a pena no final e dizia que o amor e o carinho são os sentimentos mais fortes que alguém pode tê-lo, por que esse é capaz de matar qualquer falta de vontade, qualquer limitação, qualquer dor e eram as únicas coisas que faziam com que ela lutasse por VIDA.
Ela esteve comigo nos piores momentos e sempre me ajudou, sempre lembrou de mim com muito carinho e não economizava nos elogios quando me via, dizendo que só eu não percebo o quanto sou diferenciada por dentro do que qualquer outra pessoa. Sem contar que eu vi ela chorar poucas vezes e os motivos é o que mas me impressiona, alguém que não chora por suas próprias dores, mas chora pela dor dos outros.
Um arrependimento fica. Ela sempre foi a que mais lutava para que a família se reunisse no natal por que assim poderia nos ver novamente. Eu sempre fui a que mais lutei contra, odiava passar as tarde ouvindo discussões sobre terras e isso me decepcionava. Eu sempre amei a companhia de todos lá, tive muitas histórias, os primos sempre foram umas comédias, a biza sempre me enchendo de dengos e tal. Enfim, a mãe todos os anos me obrigava a ir. Mas este ano ela não me obrigou, disse que a escolha era minha, acredite vocês, eu escolhi ir para um baile. Amei o baile, realmente, mas deixei de lado a minha família para passar a noite em um baile, os bailes eu vou todo final de semana, mas reunir a família era só no natal. E este último natal, foi o ultimo da Lori com aqui, era a ultima oportunidade de vê-la e eu a desperdicei. Mas como ela dizia: É errando que se aprende, mas o problema é que o arrependimento é a maior dor que pode existir e mais uma vez, eu causei essa dor em mim.
Lori, saibas que esta no meu coração para sempre, peço desculpas por lutar contra ti sem ter razão e agradeço POR TUDO QUE TU PROPORCIONOU.
Ao pivetizinhô do Glauco que é uma figura, te desejo forças, por que sei o quanto necessário é. E como eu prometi, jamais te deixarei na mão novamente.
O tempo passa, mas as lembranças e os amores verdadeiros permanecem.


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